terça-feira, 4 de novembro de 2008

Reflexão

Acreditar...
  • Creio que o homem é uno com o mundo e que viver é testemunhar, no seu estar presente, esta ligação com o Universo, deixando que a vida flua livremente nele.
  • Creio que cada homem é responsável pela sua vida e que nada lhe acontece que não tenha a sua participação ativa.
  • Creio que o crescimento do mundo é fruto das transformações interiores de cada pessoa, e que essas transformações influenciam o exterior.
  • Creio que o trabalho é um modo do homem estabelecer e testemunhar a sua participação ativa; e que o trabalho não vale pelo que as outras pessoas achem dele, nem pelo seu lucro, mas pela intensidade, dedicação e gosto com que ele é feito.
  • Creio que a família, menos que um conjunto de obrigações, é um laboratório na operacionalização do amor, uma experiência comum das diferenças individuais. É na diferença que se situam o crescimento e o amor.
  • Creio que as pessoas não são coisas e, portanto, não são propriedade de ninguém.
  • Creio que o dinheiro é um meio, um instrumento do viver, e não uma finalidade na vida.
  • Creio que a segurança não existe, a não ser como aceitação da insegurança básica de cada um de nós.
  • Creio que o amor, a bondade, a verdade e a ternura devem ser cultivados, não por imposição moral, mas porque fazem parte das leis naturais do mundo.
  • Creio que estamos na vida apenas para louvar a gratuidade, a simplicidade e o imprevisto; que a vida só se vive de improviso, no rascunho, não dá para passar a limpo.
  • Creio que nenhum de nós é o todo, mas apenas uma parte.
  • Creio que até nisso as pessoas são iguais: cada um é diferente.
  • Creio que a vida humana é múltipla em manifestação, mas uma só em essência.
  • Creio que há os que plantam e os que realizam. Os que realizam, quando acabam, não têm mais o que fazer: viram memória; os que plantam têm sempre o que cultivar e nunca acabam: viram história. Por isso, a nossa maior dádiva é plantar. Ao plantar, permitiremos a realização de várias coisas: viraremos história e memória.
  • Creio que sou criança, adulto e velho ao mesmo tempo.
  • Creio que para aprender a ganhar, temos que aprender a perder; que para aprender a viver, temos que aprender a morrer; que para aprender a sentir prazer, temos que aprender a sentir dor; que para aprender a saber, temos que aprender a não saber.
  • Creio que ser diferente é ser livre e que a pessoa mais importante do mundo, para mim, sou eu mesmo.
  • Creio que o passado e o futuro são importantes como referências da nossa vida, mas não como determinantes dela.
  • Creio que o vazio faz parte do mundo e que, como somos o mundo, jamais teremos segurança total, inteligência total, presença total, saúde total, sabedoria total.
  • Creio que a nossa força vem da consciência de nossa fraqueza; que a nossa coragem vem da consciência do nosso medo; que a nossa alegria vem da consciência da nossa depressão; e que nossa esperança vem da consciência do nosso desespero.
  • Creio que se após a morte não existir nada, esse nada é uma forma de existir.
  • Creio que cada um de nós é bom, verdadeiro, honesto, livre e sábio por natureza, embora, às vezes, sejamos maus, falsos, desonestos, presos e ignorantes.
  • Creio que assim como as trevas são uma ausência de luz, o mal não existe em si mesmo: é apenas uma ausência.
  • Creio que a autoridade vem dos fatos e não das pessoas; e que não queremos, não podemos e nem devemos ter qualquer compromisso com o sucesso.
  • Creio que viver é apenas viver e, não, viver em função de alguma coisa ou de alguém; que não estamos no mundo para viver pela nossa esposa, pelos nossos pais, pelos nossos amigos, pelos nossos filhos, nem por alguém, mas apenas para vivermos com eles.
  • Creio que nascemos para ser e não para ter; que existem o conhecido, o desconhecido e o incognoscível; que a vida é um mistério e que nós fazemos parte dele.
  • Creio que somos apenas um canal de manifestação da Vida, que lutar contra é uma forma de onipotência: é querer parar o fluxo harmônico da Natureza.
  • Creio que a vingança é o pior dos sentimentos humanos: ela é a manifestação premeditada e fora de controle do sentimento de ódio ao outro.
  • Creio que não passo de um tolo quando afirmo que sou o melhor marido do mundo, porque é mentira; que sou o melhor filho do mundo, porque é mentira; que sou o melhor pai do mundo, porque é mentira; que sou o melhor amigo do mundo, porque é mentira; ou que sou o melhor qualquer coisa do mundo, porque também é mentira.
  • Creio que jamais serei o melhor porque não estou em competição com ninguém, a não ser comigo mesmo, num processo contínuo de aperfeiçoamento individual.
  • Creio que Mestre é aquele que aprende e não aquele que ensina, porque aprender é ensinar a si mesmo.
  • Creio em amar o próximo como a mim mesmo e não em amar o próximo ao invés de a mim mesmo; e creio no Deus que criou os homens e não no deus que os homens criaram.
  • Creio que ajudar alguém não é dizer ao outro como ele tem de ser, é ajudá-lo a se ajudar, é ajudá-lo a não precisar de nós.
  • Creio que amor é liberdade e liberdade é o casamento entre aquilo que queremos e aquilo que podemos.
  • Creio que é sempre possível arranjar uma desculpa para não nos divertirmos, para não sermos felizes, mas creio que não devemos arranjar essa desculpa.
  • Creio que amar é ser inocente, é acreditar nas outras pessoas como uma criança acredita em outra criança; que inocência é perceber uma gota de orvalho numa flor, é ver o broto das árvores, é admirar uma borboleta, é assobiar tentando imitar o canto de um passarinho, é saudar o pôr do Sol, é dar bom dia às manhãs, é deixar uma lágrima correr livre, é sujar a roupa branca, é sujar as mãos na terra, é rir dos nossos limites, é beijar o ar, é respirar uma música, é contar as estrelas, é descer no escorregador, é desprevenir-se...
  • E creio que a vida é um processo de se descobrir, tarde demais, o que deveria ter sido óbvio no momento.

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